Na Índia, a astrologia desempenhou e continua a desempenhar um papel importante. Por exemplo, há uma universidade em Delhi, a Bharatya Vidya Bhavan, que oferece diplomas de astrologia, reconhecendo-a como uma ciência (no sentido tradicional, ao invés de moderno, do termo). Inclusive, em 2011, a alta corte de Bombaim reafirmou a posição da astrologia enquanto uma ciência, rejeitando ações que desafiavam o seu status como tal.
No contexto social, a astrologia sempre foi importante pelo fato de permitir determinar datas apropriadas para a realização de diferentes saṁskāras (ritos de passagem), como daśa-vidha-saṁskāra, os dez ritos que vão desde a fase pré-natal até o início da educação religiosa da criança, quando essa recebe o upanāyana, o cordão brāhmiṇ, juntamente da iniciação em certos mantras e nos estudos védicos. Além disso, há os ritos de graha-śāntiḥ, visando a pacificação dos grahas (planetas) quando uma criança nasce com doṣas (defeitos no mapa) tais como āmāvāsya-doṣa (nascer no primeiro dia da fase nova do mês lunar), kṛṣṇa-chaturdaśī-doṣa (décimo quarto dia da quinze escura do mês lunar), gaṇḍānta-doṣa (a passagem da lua pelas junções dos signos de água e fogo), etc., ou mesmo em diferentes fases da vida, conforme os trânsitos e períodos (daśās) pelo qual passa o indivíduo.
A eleição de momentos auspiciosos não só para daśa-vidha-saṁskāra, como também para eventos diversos, como a mudança para um imóvel, o casamento, o início de um negócio, de um plantio, etc., também são práticas comuns entre os indianos e que envolvem a astrologia em seu cotidiano, por meio do que é chamado pañchāṅga.
Porém, o uso primário e mais popular da astrologia na Índia é justamente o que visa investigar, por meio do mapa astrológico de um indivíduo, como será a sua vida nas mais diversas áreas, como saúde, finanças, relacionamentos, carreira, espiritualidade, etc. Essa prática, que é denominada astrologia natal, desempenhou um papel muito importante também em outras culturas, como a babilônia, grega, egípcia, árabe, etc., e até hoje segue sendo importante, uma vez que a astrologia nunca saiu realmente de moda.
Hoje em dia, com a globalização e as facilidades que ela permite, nos países estrangeiros à Índia, incluindo os países ocidentais, um interesse cada vez maior na astrologia indiana tem se manifestado. Muitos, inclusive, se aproximam do jyotisha por não encontrarem na sua contraparte ocidental a mesma riqueza filosófica e até mesmo técnica que o jyotisha possui.
oṁ tat sat
Goura Hari dāsa
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