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Diário da Índia - Curso Avançado de Ayurveda - Aula 2 - Menstruação


No primeiro dia do Curso Avançado de Ayurveda na Amrita School of Ayurveda que foi idealizado pelo Dr. Ram Manohar, nós tivemos toda a visão científica e ayurvédica sobre a menarca, a primeira menstruação da mulher. Os desequilíbrios que podem causar o adiantamento ou o atraso dessa menarca e também as situações que são fisiológicas naturais que precisam ser consideradas com relação a isso, ao adiantamento ou ao atraso, ou seja , ao aparente adiantamento ou aparente atraso.


No segundo dia 2 do curso nós tivemos aula sobre menstruação com a Dr. Sushma, que além de ser médica ayurvédica, vive vida monástica ( bramacharya) no Ashram da Amma. Os trinta e cinco anos em média de período fértil reprodutivo da mulher. O ciclo menstrual foi distinguido da própria menstruação, ou seja, nós estudamos esses eventos do ponto de vista científico moderno, tudo o que envolve um ciclo menstrual, que inclui as glândulas que estão envolvidas no processo, os hormônios são secretados, a forma como esses hormônios interagem entre si, que é muito bonita. Por exemplo, eu nunca podia imaginar onde a progesterona é secretada, onde ela é secretada, como ela influência os desdobramentos no corpo feminino. Também aprendemos sobre o estrogênio, o LH, enfim, estudamos os vários hormônios relacionados com o ciclo menstrual, a interação entre eles, o que acontece no corpo a cada fase desse ciclo. Depois nós vimos esse mesmo tema vez do ponto de vista ayurvédico. O que falam os textos, o que se observa, qual é o raciocínio com relação aos dochas, aos gunas, etc. Isso pra deixar explícito o que é um corpo funcionando em equilíbrio. e depois nós começamos a estudar os desequilíbrios e as doenças instaladas relacionadas à menstruação, por exemplo, a dismenorreia e a amenorreia. Os professores também falaram das ervas, das comidas e das práticas que podem ser usadas para corrigir essa situação fora do padrão normal da mulher. Bom, fora todas as questões mais técnicas, tanto de bom funcionamento, como de mau funcionamento e as questões corretivas com relação à comida e à alimentação, eu percebi ao longo do dia em diversas falas que os professores foram estou compartilhando conosco que tem 2 coisas que nós costumamos “fazer ou não fazer”. Existem 2 formas atuais de viver que pioram, exacerbam a tendência feminina ao desequilíbrio. Não digo nem desequilíbrio emocional e psicológico, já que isso faz parte do todo. Falo de coisas que provocam o aparecimento de desequilíbrios e doenças. São coisas que se a gente se der conta, observar, e quiser conscientemente modificar, podem ser muito benéficas para saúde feminina. Como a saúde feminina só acontece através de uma correta conversa entre os hormônios, e esses hormônios influem em todo o metabolismo do corpo, a hora que a gente presta atenção nesses dois pontos, muitas coisas melhoram. Não é só o ciclo menstrual que se beneficia e regulariza suas tendências mórbidas de dor de cólica, de desconforto, de mudança de humor, não, TODA a saúde da mulher melhora, não falo só da saúde dos órgãos femininos, A SAÚDE INTEGRAL DA MULHER MELHORA.

DICA PARA BENEFICIAR A SAÚDE INTEGRAL DA MULHER

Essas 2 coisas são o seguinte: a gente precisa compreender que a menstruação é um período de luto para o corpo. É como se o útero estivesse chorando. Eu achei muito bonita essa analogia. Outra analogia que foi mencionada é a do útero com uma concha, aquela concha que os indianos fazem soar durante os rituais para reverberar o som “Ohm”. A concha, nesses rituais, representa o espaço sagrado, então o útero é considerado um espaço sagrado, como se a menstruação fosse o choro do útero pela vida que não aconteceu. Muitas células se desprendem do nosso corpo. Elas são desprendidas e vão embora. Elas se desgrudam e vão embora. O endometrio que descama e se vai. A nossa civilização atual buscou cada vez mais minimizar essa percepção e disfarçar. É uma vergonha para a mulher menstruar. É uma vergonha para a mulher mostrar que está com absorvente. É uma vergonha a mulher mostrar desconforto e irritabilidade nesse período. É comum ela ouvir a famosa frase: “tá com TPM?” e nesse momento, uma demanda justa fica reduzida a um problema hormonal. Se a gente considera que menstruação é um momento de luto, e dá ao corpo e à mente e à alma esse momento para si mesmo, ou seja, se a gente se afasta um pouco da correria cotidiana, e faz esse retraimento, deixando o corpo chorar, dando esse tempo para si, sem pensar em mais ninguém. É como quando alguém está de luto. Ninguém pensa em pedir um favor, exigir um dever, porque todo mundo pensa: essa pessoa está de luto. Então a gente poderia tratar o nosso próprio corpo nesse momento mensal de menstruação como nosso luto biológico e dar tempo para nós mesmas, dar mais tempo para nós mesmas, ter menos compromissos, dormir mais cedo, trabalhar menos, cuidar menos, inclusive dos outros. Pensar nas coisas que vivemos nesse ciclo de um mês e aproveitar esse choro do útero para desprender o que não serve mais, o que não aconteceu, honrar o que não aconteceu, agradecer se preparar para o novo ciclo que está por vir. Esse foi um insight muito lindo que eu aprendi ontem. A outra parte é a questão da nutrição, que logo após a menstruação, justamente como o corpo está em luto e está debilitado, a gente dá uma nutrição mais rica e ao mesmo tempo, enquanto o corpo está chorando, considerar que o fogo digestivo se enfraquece, como se nós estivéssemos doentes, gripadinhas, convalescentes. Durante o período menstrual é bom comer comidas leves e fáceis de digerir, que não tenham a tendência de gerar toxinas, por exemplo, evitar carnes e queijos, como se estivéssemos fazendo um pequeno detox. E logo após a menstruação caprichar na nutrição, se alimentar com comidas que são boas para o sistema reprodutivo feminino, como semente de gergelim negro, amêndoas, arroz com ghee, ou seja, repor aquilo que foi perdido nesse luto biológico.



Dani Dupont, terapeuta ayurvédica, está na Índia, levando sua turma para a conclusão do Curso de Formação em Ayurveda. Ela se propôs a fazer um diário. Eu, Fabiana Dupont, irmã de Dani e diretora de mídia do Holon de Estudos Sampurnayus estou passando para o blog suas observações.


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